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terça-feira, 9 de novembro de 2010

O VELHO CHICO

Estive em Penedo – Alagoas nos dias 5, 6 e 7 de novembro e pude, mais uma vez, me deslumbrar com a imensidão do Rio São Francisco bem perto de chegar ao mar. Encontrei uma das mais bonitas e antigas cidades históricas brasileiras que impressiona pelo seu patrimônio cultural. Tive também a felicidade de apreciar um belíssimo pôr do Sol às margens do Velho Chico, bem próximo do sobrado onde se hospedou o Imperador D. Pedro II em sua visita a Penedo em 1859. Apesar de ter ido trabalhar, foi também uma viagem cultural!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DIA DO PROFESSOR

P R O F I S S Ã O D E F É

Esta é a minha singela homenagem aos professores que conquistam o grau de Educadores:

Feizi Milani *

A agricultura é uma profissão de fé. Fé, não no sentido de frequentar igreja, nem de ficar parado, esperando que Deus lhe conceda os seus desejos. Fé em sua acepção mais profunda, de acreditar e fazer a sua parte, mesmo sem a garantia do final desejado, mesmo sem enxergar aquilo que se quer alcançar. Fé como uma mescla de certeza, determinação, esperança e entrega ao processo, independentemente dos resultados.

O segredo do agricultor é a sua fé. Não há qualquer garantia quanto à colheita, mas ele planta mesmo assim. Ano após ano, movido pela fé, ele prepara a terra, seleciona as sementes, espalha-as criteriosamente e passa a cuidar de sua plantação.

Na realidade, durante algum tempo, quem olhar para o terreno, nada verá, exceto o solo revolvido, pequenos montes de terra e uma aparência desértica. O agricultor, entretanto, sabe que aquela cena aparentemente caótica oculta poderosos processos de transformação. Silenciosamente, as sementes começam a interagir com o solo, a água e o calor do Sol. Lentamente, uma nova vida tem início. Tudo isso é invisível para quem mira a terra, mas o agricultor mantém-se inabalável em sua fé. Sem se importar com o que as aparências ou com que pode ser visto na superfície, ele cuida do terreno diariamente, incansavelmente. Esparge água na medida certa. Arranca as ervas daninhas. Afugenta os animais que podem atacar a plantação. Protege-a das intempéries da natureza. Vigia para que pragas não se disseminem. Aduba o solo.

Mesmo sem a garantia da colheita, o agricultor acredita tanto que continua a fazer tudo o que é necessário e tudo o que estiver a seu alcance, para que o máximo de sementes possa brotar, se desenvolver e frutificar. Ele tem consciência de que há fatores críticos que se encontram totalmente fora de seu controle – a seca, a enchente, o vendaval, as pestes e variações bruscas de temperatura... Essa consciência, ao invés de desmotivá-lo, torna-o mais humilde e, ao mesmo tempo, obstinado em fazer a sua parte, no melhor de suas possibilidades.

Desse modo, se as condições climáticas forem favoráveis, ele terá uma superprodução. Se forem razoáveis, ele conseguirá, ao menos, recuperar o seu investimento. Se o clima for desfavorável... bem, o agricultor sabe que essa possibilidade existe e já a sofreu várias vezes, mas ele opta por não incluí-la em suas previsões, pois, se o fizesse, desistiria de seu ofício. E o restante da sociedade passaria fome.

Há vários tipos de agricultor. Dentre eles, um se destaca pela preciosidade das sementes que planta e pelo tempo que elas levam para brotar e frutificar. Essas características do seu cultivo exigem desse tipo de agricultor as mais altas doses de paciência e perseverança. Paciência, muita paciência. Perseverança, muita perseverança. Paciência e perseverança combinadas. Isso sem falar da fé inabalável e da dedicação incansável.

Trata-se do Educador. Seus campos de cultivo são os Corações e as Mentes dos educandos – terrenos férteis, mas cujo preparo e manutenção exigem grande esforço. As sementes que planta são o bom exemplo, a sabedoria e o encorajamento. A água que esparge é a sua palavra, portadora não só de conhecimento, mas também de sentimentos construtivos. O afeto que irradia através de seu olhar, gestos, posturas, do que diz e do que silencia, constitui a luz e o calor que energiza o solo.

Alguns agricultores precisam trabalhar durante semanas, talvez meses, até que chegue o momento da colheita. Já ao Professor, não é dado ver os frutos de seu trabalho. São raras as oportunidades em que ele próprio testemunha o desabrochar dos educandos ou a frutificação de seus ensinamentos, pois as sementes que semeia levam dez, quinze, vinte anos para dar frutos.

Outra característica que distingue o Educador dos demais agricultores: ele planta, mas não lhe cabe colher. Quem colhe é o próprio educando, a sua família e a sociedade como um todo. Por essa razão, o ofício de Educador caracteriza-se pela abnegação. Não qualquer abnegação, mas a legítima, que implica em abnegação de si mesmo, abnegação dos desejos de popularidade e reconhecimento, abnegação dos resultados imediatos de seu trabalho, abnegação da busca por “soluções mágicas”, “atalhos milagrosos” ou “respostas fáceis” aos desafios que enfrenta.

Se o Educador não tivesse tal abnegação, exigiria “garantias prévias” quanto ao resultado de seus esforços, cobraria a possibilidade de participar dos benefícios da colheita. Ninguém pode lhe dar a certeza de que os ensinamentos que semeia encontrarão acolhida entre os educandos, que suas qualidades como educador serão reconhecidas ou valorizadas, que sua dedicação ao ensino será recompensada pelo aprendizado dos estudantes. Este ofício exige, por sua própria natureza, total concentração no processo e sincero desprendimento dos resultados. Em outras palavras, exige entrega.

* Feizi Milani é conferecencista e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
feizimilani.blogspot.com

terça-feira, 28 de setembro de 2010

CULTURA DE PAZ CONTRA A VIOLÊNCIA por Feizi Milani

Quem de nós fica tranquilo quando um filho ou filha sai à noite, em busca de diversão nas baladas da juventude?

O medo da violência, ironicamente, leva muitos a clamarem por mais violência para aplacá-la. Como se bombeiros usassem gasolina na luta contra um incêndio.

É o que ocorre quando se opta pela repressão como único (e discutível) antídoto aos crimes que alguns programas sensacionalistas fazem questão de alardear com máximo estardalhaço.

Outros brandem as questões estruturais como justificativa para os crimes. Ou seja, só teremos uma sociedade mais pacífica se e somente se todos os problemas estruturais como fome, falta de saúde e de educação forem solucionados.

Tal crença, contudo, conduz ao imobilismo, à desistência de se encontrar alternativas para a violência. Se formos esperar que toda a estrutura social seja reformada, para só depois agir, estaremos perdendo inúmeras oportunidades de realizar pequenas ações e intervenções pontuais que, somadas, podem resultar em significativas melhorias.

A cultura da paz parece-me mais apropriada, exequível e eficaz. Ela nos convida a aproveitar cada espaço – sala de aula, bar, condomínio, escritório, praça – como um fórum permanente de reflexão e de busca de opções para a construção da paz.

Mas isto funciona mesmo, no dia a dia, em que motoristas param seus carros para brigar porque um teria fechado o outro?

Sim, porque o verdadeiro antídoto contra a violência é a paz. Não há outro. Paz entendida como respeito, diálogo, empatia e participação cidadã. Até porque a forma mais disseminada e frequente de violência é a cometida entre familiares e parceiros íntimos. Logo, parte considerável dos crimes não é cometida por profissionais do submundo, e sim por pessoas comuns, respeitáveis cidadãos que, em determinado momento, perdem a cabeça por situações corriqueiras – uma discussão doméstica sem sentido ou uma provocação na rua.

Um dos melhores lugares para se fomentar os valores da paz é a sala de aula. Para isso, teremos que tornar o ensino cada vez mais atraente e com conteúdo significativo, sintonizado com as necessidades do mundo real e com o mundo virtual das redes sociais.

Nas regiões de baixa renda, é necessário que as escolas reconheçam as condições de vida dos estudantes, considerando situações como a inexistência de mesas, cadeiras e de ambiente para uma prosaica lição de casa. Se não há moradia digna, como exigir que o aluno estude no lar? Até que ponto os cursos de Pedagogia preparam os futuros educadores para lidar com essa realidade e compreender as necessidades de grande parcela dos educandos?

Parecem ser detalhes, mas fazem diferença. Atividades artísticas e esportivas, estudos ao ar livre, jogos, realização de ações sociais na comunidade e uso pedagógico da internet podem mudar a visão que os alunos têm da educação. E, com isso, abrir espaço para a discussão e vivência de temas como a pacificação de corações e mentes.

Não se trata de um movimento rápido, imediatista, com resultados ao final do expediente. É uma mudança cultural, uma revolução real, que trará frutos em médio prazo, pela mudança de atitudes individuais e pela construção coletiva de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.

Temos que começar logo. Estimular os professores que já ousam introduzir elementos da cultura de paz em suas classes. Não há investimento mais relevante hoje – fortalecer a escola, o professor, o estudante e sua família. Impedir que as comportas da violência transbordem e criar um futuro do qual possamos nos orgulhar.

Mostrar às crianças e jovens que há caminhos, sim, para a solução de conflitos - longe da agressão e criminalidade.

Apontar saídas para a pobreza e exclusão a partir do conhecimento, do trabalho, dos valores humanos e da cooperação social.

Feizi Milani
Salvador, Bahia, Brasil
Cidadão do Mundo comprometido com a transformação pessoal e social. Idealista com os pés no chão. Doutor em Saúde Pública e médico de adolescentes. Professor do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Empreendedor social e fundador do INPAZ (Instituto Nacional de Educação para a Paz e os Direitos Humanos). Consultor nas áreas de educação e saúde de adolescentes, prevenção de violência, cidadania, ética, formação de lideranças e educação em saúde. Autor de um livro e co-autor de outros onze. Conferencista, tendo ministrado mais de 700 palestras e cursos no Brasil e outros dez países, a um público superior a 30.000 pessoas.
Blog: http://feizimilani.blogspot.com

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DUNGA E A GESTÃO DE EQUIPES

Luis Felipe Cortoni


Apesar de tudo o que já foi dito e especulado, ainda é tempo de aprender com a desclassificação da seleção brasileira de futebol da Copa de 2010. Foi uma tendência, dos últimos tempos, trazer para as empresas experiências vindas de fora, em particular do esporte, como analogias de liderança de equipes e/ou de organização do trabalho. Os exemplos são muitos e conhecidos: técnicos de futebol, de vôlei, ex atletas, e até equipes inteiras foram chamadas com este propósito. A idéia central em todas estas tentativas era de ensinar gestores e outros profissionais a ciência, a arte e a técnica de formar e gerenciar equipes vencedoras e atletas de alta performance. No caso da seleção de futebol 2010 tivemos um anti exemplo disto. Parece que, neste caso, se o Dunga (o grande líder) tivesse feito um estágio em uma empresa emprestando exemplo de gestores e líderes organizacionais, não só inverteria esta tendência, como também aumentaria seu repertório de competências no tema. Mas afinal o que o Dunga poderia aprender com estes gestores/líderes? Em primeiro lugar, gestores/líderes sabem que a complexidade de um verdadeiro trabalho em equipe merece uma multivisão da questão e desta forma, só a combinação de talentos individuais com a força do coletivo faz uma equipe produzir resultados excelentes. Dunga, ao contrário, insistiu em uma única variável - o comprometimento e a fidelidade ao propósito (e a ele)- pensando produzir resultados e demonstrando claramente parte das suas antiquadas e limitadas crenças gerenciais. Criou o que todos conhecemos bem o espírito de corpo que blinda, e fecha a equipe numa espécie de auto adoração mas que, dificilmente produz resultados. Estes só são sentidos e percebidos dentro da equipe, mas não como produção concreta e sim como sensação de comprometimento e união. A equipe se auto adula e acredita que é imbatível. Em função destas características seria melhor chamar a seleção de confraria , pois foi o que Dunga conseguiu formar, com um leve toque de patriotismo e religião. Nada contra as confrarias, mas não para a seleção brasileira de futebol. Por outro lado, a fórmula é conhecida: juntar os melhores talentos individuais, dar espaço para que se manifestem, e fazê-los (ao mesmo tempo) trabalhar para o coletivo, a despeito dos egos que se juntou para se conseguir isso. Quando se olha a história da selação nas Copas, fica claro também que outros técnicos tentaram o caminho inverso, e da mesma forma não se deram bem, ou seja, convocar somente os talentos individuais apostando que eles sozinhos dariam conta do recado. Apesar da fórmula conhecida, a operação na prática não é nada fácil. Por isso exige no seu comando um gestor/líder que tenha estrutura suficiente para conseguir o verdadeiro milagre, talentos individuais trabalhando pelo resultado coletivo. Mais ainda, esta missão exige um gestor/líder que reconheça seus vieses e preferências pessoais e trabalhe com a equipe, para a equipe e pelo melhor resultado, e não para comprovar teses, ou visões de mundo. É claro que nem todos os gestores das empresas são ótimos coachs de equipes, mas pelo menos treinam e estudam isso com muita freqüência. Se tivesse feito um estágio de gestor em uma empresa, o técnico da seleção brasileira de futebol no mínimo aprenderia o que significa, entre outras competências: - vencer 365 partidas por ano e não apenas um campeonato - ter um grupo aberto para as naturais influências do meio e ainda assim jogar pelo propósito coletivo - selecionar e preparar trainees para as futuras competições (casos de Neymar e Ganso) - fazer coach, e não domesticação, para trazer de volta aqueles que se dispersaram ou se dispersam pelo caminho (caso Ronaldinho Gaucho). Será que alguma empresa não estaria disposta a ensinar o próximo indicado ao desejado posto, fornecendo um estágio junto a alguns de seus gestores? Quem sabe esta não poderia ser uma das cadeiras/matérias na formação de técnicos de futebol, pois quem será que explica e discute liderança com eles? Temos até 2014 para treiná-lo.

*Luis Felipe Cortoni, professor da Fundação Vanzolini (USP) e sócio-diretor da LCZ Desenvolvimento de Pessoas e Organizações
www.lczconsultoria.com.br
lcz@lczconsultoria.com.br
Fones: (11) 5181.8861/5182.7779

terça-feira, 1 de junho de 2010

ERA UMA VEZ UM PÉ DE AMORA

No terreno do edifício onde moro existia um pé de amora até o dia 24 de maio de 2010.
Era lindo...
Uma árvore até certo ponto rara no nordeste. Difícil de achar quem conheça a árvore e a fruta.
Que orgulho poder mostrar o pé de amora e explicar do que se tratava, além, é claro, de ensinar a cada um a saborear a pequena e deliciosa fruta!
Esta é uma fruta de origem asiática que se adaptou muito bem no Brasil. Assim como tantas outras. A Amora nasceu na terra de Ghandi, foi para o continente europeu no século XVII, depois aportou no Brasil e talvez, quem sabe, pelas Américas. No Brasil, ela ficou restrita aos quintais domésticos, não houve interesse em cultivá-la em alta escala, em comercializá-la. Talvez por ser uma fruta sensível, de modo delicado em conservá-la.
A árvore é espaçosa com seus galhos, se deixá-la livre atinge uma altura em torno de 10 metros de altura. Vira um belo jardim para os passarinhos: é uma algazarra total, prazeroso de assistir.
É uma fruta doce com pouca acidez, saborosa e medicinal: ela é rica em vitamina A e C. Age como adstringente natural alivia a diarréia, cada 100 gramas contêm 61 calorias. Muito usada popularmente como repositor hormonal, o chá de sua folha também é considerado medicinal.
Tomar 3 copos de suco de amora ao dia pode aumentar, de modo significativo, a taxa de colesterol bom no sangue, ampliando com isso os níveis de antioxidantes, além de reduzir o risco de doenças do coração.
Estudos têm comprovado que a amora pode ajudar a prevenir infecção urinária, reduzir o risco de úlcera e câncer no estômago.
A sua utilização é variada. Faz-se geléia (uma das melhores), sorvete, suco, doce, bombons, glacê, dá sabor em molhos, etc..

Porém, agora, não faremos mais nada disso! Só lamentar, pois o pé de amora foi cortado. Sem motivos ou explicações.

E quando pedimos: “Por favor, deixe o tronco para brotar de novo!”. A resposta foi: “Não! A árvore deve ser cortada pela raiz!”

Este é um desabafo de quem não vê sentido nesse ato que está na contra mão da história: enquanto tantos lutam pela preservação do ambiente, nós cortamos árvores ao invés de conservá-las ou plantar outras tantas.

Que este texto sirva para nossa reflexão.

Adeus passarinhos que cantavam e encantavam as nossas manhãs!
Adeus pé de amora!

domingo, 2 de maio de 2010

INSPIRAR, CRIAR, TRANSFORMAR - A ARTE DE SER RH!

Virginia Spinassé(*)


Nos dias 28 de 29 de abril de 2010, vivenciamos em Maceió-AL, o VII Congresso Alagoano de Gestão de Pessoas.

O tema foi bastante adequado ao momento que estamos vivendo, especialmente no quesito TRANSFORMAR!

Os profissionais de Recursos Humanos estão cansados de ouvir falar em mudança e já tem decorada a frase de Heráclito (300 a.C.) “Nada é permanente, exceto a mudança.” Entretanto, o enfoque agora é outro, muito mais consistente. É necessário não apenas a mudança, mas a transformação!

E qual é a diferença? Tivemos essa resposta nos dois dias do Congresso, que foi dividido em três eixos: 1) Inspirar... Valores! 2) Criar... Para Transformar. 3) Transformar... Para Ser.

A transformação começa com a inspiração. E a inspiração só vem quando entendemos quem somos, qual a nossa missão e onde queremos chegar. Márcia Luz(1) comparou a nossa trajetória a uma viagem de ônibus onde o ideal é ser o motorista desse veículo e não meramente um passageiro ou muitas vezes aquele passageiro que dorme durante toda a viagem e quando acorda nem sabe direito aonde chegou.

Essa busca pela inspiração passa também pelo ambiente em que vivemos. Edson Ferreira (2) mostrou que a educação ambiental precisa estar presente em todos os momentos de nossa vida, nos inspirando a agir de forma diferente. A natureza está ditando o ritmo, o ser humano não está mais no comando! A tendência social aponta para diminuição das desigualdades, porém um aumento do consumo. Então, precisamos incrementar novas formas de trabalhar que causem menos impacto, como o tele trabalho, comércio eletrônico, Ensino à Distância, a busca pela qualidade de vida. Citando Einstein em uma frase atualíssima: “Não se pode resolver os problemas com o mesmo grau de consciência com que eles foram criados.”, fez uma convocação para que tudo seja feito de forma diferente nessa etapa de transição para o futuro.

Isto significa criar para transformar! Conseguimos isso quando nos conhecemos. E essa busca pelo autoconhecimento foi abordada por Alberto Cabus(3), empresário de sucesso em Alagoas que falou sobre a liderança baseada nos valores humanos. O verdadeiro líder, em sua abordagem, é aquele que antes de tudo lidera a sua própria vida. Para ele a prática dos valores humanos passa por três etapas: pensamento – palavra – ação. Dessa forma o líder estará praticando o que incorporou, dando o exemplo que será seguido pelos seus liderados. Apenas a palavra não basta, é preciso agir.

A área de Gestão de Pessoas está no centro dessa transformação. Para Georgina Viera(4), o discurso do profissional de RH precisa de mais densidade. Não é mais possível ficar na superficialidade. Precisamos conhecer o negócio, suas novas dimensões e necessidades. É preciso agir reflexivamente e não reativamente. Temos que aprender a ler a realidade, a agir na tempestade e na bonança, a lidar com todas as gerações que fazem a empresa (Tradicionais, Baby Boomers, Geração X e Geração Y), a ser poderosos não só quando queremos fazer o mal, mas especialmente para fazer o bem. É essencial que os funcionários confiem no RH e saibam qual é a identidade da área.

Como exemplo de empresa que está passando por esse ciclo de transformação, tivemos a apresentação do Caso Santander, com Thereza Abraão(5). Ela trouxe a experiência de trabalhar com a conscientização para a sustentabilidade (iniciada pelo Banco Real, comprado em 2008 pelo Santander) e como isso pode ser aplicado nas organizações. O fazer acontecer deve passar pela informação, sensibilização e pelo engajamento de todos em busca de um objetivo comum. Citando a frase de Fábio Barbosa (Presidente do Grupo Santander no Brasil): “Só teremos profissionais melhores se tivermos pessoas melhores”, Thereza Abraão mostrou que quando se cria um ciclo virtuoso, a transformação acontece. Tanto que o Santander incorporou as ações de sustentabilidade do Banco Real, reformulando sua missão no mundo todo, que passou a ser: “Os Valores Ideais para uma Vida Melhor”.

A transformação para o ser... Será que é preciso fazer mágica para que tudo isso aconteça? Cleisson Nunes(6) fez mágica para mostrar que é mais simples do que podemos imaginar. Basta que exista a inspiração, o interesse, a automotivação, o encantamento. Não adianta colocar um motor de uma Ferrari em um Gordine, mesmo que o piloto seja o Felipe Massa o carro não vai ter um bom desempenho. Este exemplo foi usado para mostrar que não basta apenas mudar, é essencial que haja uma transformação: de valores, de ideais, de atitudes, de ação. Citando Jack Welch quando disse que “não são os objetivos que levam a empresa até aonde ela vai, são as pessoas”, Cleisson Nunes mostrou que é hora de agir e realizar, fazer acontecer, transformar o modo de pensar, as crenças, as expectativas, as atitudes, o comportamento, o desempenho, a VIDA!

Essa mágica é feita pelo Grupo Odebrechet, especificamente em uma das empresas do grupo – a Brasken. Andrea Barradas(7) mostrou que o segredo da mágica é o trabalho baseado na confiança e na delegação e no espírito de servir, valores que norteiam as atividades do grupo. O desafio da Braskem de crescer, inovar e melhorar cada vez mais seu desempenho se apóia numa gestão de pessoas focada no potencial de crescimento dos seus mais de 4.700 integrantes. É um modelo que procura atrair, motivar e reter os melhores talentos do mercado oferecendo qualificação e valorização profissional.

A Luis Edmundo Rosa(8) coube a tarefa de encerrar o Congresso. E foi extremamente feliz ao “pintar uma janela para o novo”, mostrando as tendências da gestão de pessoas em um mundo onde o conhecimento está amplamente disponível. Passamos por uma revolução na forma de liderar as pessoas. Temos que apreender rapidamente a lidar com as jornadas flexíveis, as funções polivalentes, novas profissões, a força do feminino em um mundo até agora extremamente masculino. O intangível ganha mais força. Essa nova gestão de pessoas é um dos principais diferencias competitivos sustentáveis do nosso tempo.

Uma frase poderia resumir o VII Congresso Alagoano de Gestão de Pessoas. Ela foi citada por Thereza Abraão, de autoria de um dos grandes líderes do Século XX e tem o poder de sintetizar o que é Inspirar, Criar, Transformar – a arte de ser RH!

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.” Nelson Mandela

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(*) Virginia Spinassé - Especialista em Gestão de Pessoas, Consultora de Empresas e Professora de Graduação e Pós-Graduação, Membro do Conselho Administrativo da ABRH-AL.

(1) Márcia Luz – Psicóloga Especialista em Administração de Recursos Humanos e Gestalt-terapia, Mestre em Engenharia de Produção, Coach Executiva e Pessoal, Consultora, Sócia Presidente da Plenitude Soluções Empresariais.

(2) Edson Ferreira – Engenheiro de Produção, Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Qualidade pela UNICAMP, Sócio-Gerente da EFE Consultoria Empresarial.

(3) Alberto Cabus – Empresário do ramo de Alimentos e Bebidas em Alagoas. Administrador da Fika Frio Sorvetes.

(4) Georgina Alves Vieira da Silva – Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; Mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (1985). Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo. Consultora de grandes grupos empresariais. Diretora da AB Consultores Associados Ltda. 1988 a 2010. Conselheira de várias empresas

(5) Thereza Abraão - consultora em Educação do Grupo Santander Brasil e diretora de Desenvolvimento Sustentável da ABRH-Nacional.

(6) Cleisson Nunes – Professor, Administrador de Empresas, Especialista em Recursos Humanos, Pós-graduado em Psicoterapia e Terapeuta

(7) Andrea Barradas – Gerente de Pessoas e Organização da empresa Brasken.

(8) Luiz Edmundo Rosa – Mestre em Psicologia pela PUC-SP, com foco em Gestão de Negócios. Ex-Diretor Corporativo da People Accor no Brasil. Vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Sustentável da Anima Educação e diretor de Educação da ABRH-Nacional

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

"Contei meus anos e descobri que terei menos
tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.


Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.


Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram
pelo majestoso cargo de secretário geraldo coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência,minha alma tem pressa...


Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,muito humana;
que sabe rir de seustropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!"

Atribuida a Mario de Andrade

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulher!

"A humanidade assemelha-se a um pássaro, uma asa é o homem e a outra, a mulher. O pássaro não pode alçar vôo sem o equilíbrio dessas duas asas..."

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

DEUS E O HAITI

DEUS E O HAITI
Contribuição de Virginia Spinassé

'Abdu'l-Bahá (1844-1921), um sábio persa filho do fundador da Religião Baha’í (www.bahai.org.br), explica-nos as razões profundas de acontecimentos tristes como o que aconteceu no Haiti. O texto a seguir é parte de uma de suas palestras nos EUA em 1912 e refere-se ao desastre do Titanic, mas é extremamente atual e serve para reflexão:
“Nesses últimos dias aconteceu algo terrível no mundo, um acontecimento que entristece todo coração e aflige toda alma. ... Embora um acontecimento como este seja realmente lamentável, devemos saber que tudo o que acontece é devido a alguma sabedoria e que nada acontece sem alguma razão. Há um mistério nisso; mas qualquer que seja a razão e o mistério, foi uma ocorrência triste, algo que arrancou lágrimas de muitos olhos e angustiou muitas almas. ... Mas quando considero esta calamidade de outro ponto de vista, consolo-me com a percepção de que os mundos de Deus são infinitos; que embora eles tenham sido privados desta existência, eles têm outras oportunidades na vida do além, tal como Cristo disse: Na casa de meu Pai há muitas moradas. (João 14:2) Eles foram chamados do temporário e transferidos para o eterno; abandonaram esta existência material e entraram pelos portais do mundo espiritual. ... A misericórdia de Deus é infinita, e é nosso dever lembrarmos dessas almas que partiram, em nossas orações e súplicas, para que elas possam se aproximar mais e mais da própria Fonte.
... No princípio é muito difícil saudar a morte, mas depois de atingir sua nova condição a alma agradece por ter sido libertada do cativeiro do limitado para usufruir a liberdade do ilimitado. Ela foi desembaraçada de um mundo de pesar, tristeza e provações para viver num mundo de alegria e júbilo infindáveis. O fenomênico e o físico foram abandonados para poder atingir as oportunidades do ideal e do espiritual. Por isso, as almas daqueles que partiram deste mundo... apressaram-se a um mundo superior. Elas saíram destas condições de escuridão e de visão turva para o reino da luz. Estas são as únicas considerações que podem confortar e consolar aqueles que eles deixaram.
Ademais estes acontecimentos têm razões mais profundas. Seu objetivo e propósito é ensinar certas lições ao homem... O propósito é que o povo do mundo possa se volver a Deus, o único Protetor; que as almas humanas confiem na Sua proteção e saibam que Ele é a verdadeira salvação. Os acontecimentos ocorrem para que a fé do homem possa crescer e se tornar mais forte. Por isso, embora nos sintamos tristes e abatidos, devemos suplicar a Deus para dirigir nossos corações ao Reino, e orar por essas almas que partiram, com fé em Sua infinita mercê, para que, embora elas tenham sido privadas desta vida terrena, possam desfrutar uma nova existência nas supremas moradas do Pai Celestial.”