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quarta-feira, 1 de junho de 2011

SER ESPECIAL É SER FELIZ

Contei esta história para algumas pessoas, mas faço questão de deixar registrada neste blog.

Tudo começou quando em 27 de abril de 1984 nasceu nosso primeiro filho – AUGUSTO. Foi a minha primeira experiência com uma criança! Morava numa cidade com poucos recursos e sem familiares por perto.

Entretanto, o instinto materno foi me fazendo perceber que havia alguma coisa diferente com o meu filho. O desenvolvimento era lento: demorou a sentar, a engatinhar, a andar, a falar...

Em uma das visitas ao pediatra, quando Augusto estava com dois anos e eu grávida da minha filha Heloisa, ele me indicou uma fonoaudióloga, por conta da demora da fala. Através dela – Ruth Araújo (a quem agradecerei eternamente), passamos a procurar outros especialistas para examinarem Augusto.

Diagnósticos? Muitos! Ouvi de tudo: de psicose infantil a autismo.
Explicações? Mínimas.
Soluções? Nenhuma.

De acordo com um excelente médico de Garanhuns – o único que há pouco tempo nos deu um diagnóstico coerente - nosso filho tem “retardo mental não identificado e outros transtornos de comportamentos”.

A realidade: um atraso no desenvolvimento da coordenação motora e uma deficiência intelectual que fazem com que Augusto tenha um comportamento diferente dos adultos considerados normais. Preferimos dizer que ele é ESPECIAL.

A história é longa, afinal Augusto tem 27 anos e desde que completou dois anos buscamos tudo que é possível para ele se desenvolva.

A pior parte: os preconceitos! A ignorância do ser humano frente àquilo que ele considera anormal.

A melhor parte: Os anjos que encontramos na nossa caminhada. Essas pessoas maravilhosas que nos apoiaram e apóiam na luta pelo desenvolvimento e pela INCLUSÃO de AUGUSTO na sociedade.

AUGUSTO é um anjo que quebrou as asas lá no céu e caiu, chegando assim em nossas vidas. Ter um anjo particular é privilégio de poucos. Com ele aprendemos a amar incondicionalmente. Aprendemos a ter paciência e compaixão. Aprendemos que o preconceito dói! Aprendemos a respeitar as pessoas apesar das diferenças.

Ter AUGUSTO nos tornou seres humanos melhores e mais felizes. Nossa existência foi transformada!

AUGUSTO nos dá grandes lições de vida. Recentemente ele nos emocionou até as lágrimas e nos fez refletir um pouco mais sobre a vida e o que fazemos com ela.

Vamos ao momento:

Estávamos em uma lanchonete da cidade quando entrou uma pessoa conhecida que também tem um filho nas mesmas condições do nosso. Então se deu a seguinte conversa:

Augusto:"Pai, Mãe! Olha lá: aquele é o filho dela. Ele é especial!"
Pai: "É mesmo?"
Augusto:"É! E eu também sou especial!"
Mãe: "O que é ser especial?"
Augusto:"É ser feliz! Eu sou muito feliz!!!!"

SER ESPECIAL É SER FELIZ! VAMOS TENTAR SER ESPECIAIS TAMBÉM?
É TÃO SIMPLES...