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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Campanha contra perseguições aos Bahá'í no Irã começa na UnB

Seguidores da religião são proibidos de estudar em universidades iranianas. Campanha Can you solve this quer sensibilizar autoridades

Henrique Bolgue - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Os seguidores da fé Bahá'í são constantemente perseguidos pelo governo iraniano, que não os considera como religião desde a revolução islâmica de 1979. A maneira que o regime teocrático de Mahmoud Ahmadinejad buscou para silenciar essa comunidade foi negar-lhes educação e trabalho. Por isso, no começo deste ano, o Instituto Bahá'í de Educação Superior (BIHE) vivenciou um dos seus piores momentos. Sete professores foram presos, acusados de “atos contra o Regime”.

A iraniana Hasti Khoshnammanesh entrou no instituto em 1998 e formou-se em 2002 em Letras. Tentou estudar em escolas públicas do governo, mas era impedida assim que preenchia a ficha de inscrição. “Ou negávamos nossa crença ou éramos expulsos”, conta. O Instituto de Bahá'í surgiu em 1987. A maioria das aulas precisava ocorrer em segredo e muitas vezes a escola foi atacada. Mesmo assim, era a única saída. “A educação é muito importante para os Bahá'í”. O diploma não é válido no Irã, mas muitos conseguem validar sua formação em outros países. Em 2002, ela veio ao Brasil, onde espera ter uma vida tranquila, especialmente para a filha, com sete anos. “Quero que ela estude sem problemas e que faça algo bom pela comunidade”.

Instalado na entrada do Instituto Central de Ciências Norte o grupo da campanha internacional "Can you Solve This" quer contribuir para acabar com as perseguições, como as que Hasti sofreu. Seus integrantes montaram um balcão com folders e cartazes. No local, há um computador por meio do qual é possível mandar um apelo a autoridades, como o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon. Além disso, pode-se enviar mensagem direto ao Irã usando uma carta modelo disponível.

PRESSÃO - “Ao longo da história, a pressão internacional é a única forma de garantir os direitos humanos nessas situações”, diz a brasileira Mary Caetana Aune-Cruz, graduada em Ciências Políticas pela UnB e secretária de ação com a sociedade e o governo da comunidade Bahá'í. Para ela, um dos grandes problemas é a falta de informação. “A população só se engaja se estiver informada”, analisa. Mary acredita que o Brasil tem um papel importante. “A aproximação com o regime iraniano possibilita trazer o assunto, antes isolado, à tona.”

A ideia de começar a campanha brasileira na UnB foi de Lia Cruz, estudante de Letras. “A UnB é palco de manifestações e é o lugar ideal para começar a campanha”, disse. O objetivo é que ela se espalhe por outros estados. O Brasil tem cerca de 60 mil Bahá'í e a sede nacional fica em Brasília. Para fechar a campanha, o professor Rafael Amaral Shayani, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB, Bahá'í, irá ministrar palestra sobre o tema “Educação para a Paz e Direitos Humanos”, às 19h desta quinta-feira, dia 24 de novembro. O representante da comunidade Bahá'í do Brasil, Iradj Eghrari, também participa. Todas as quinta-feiras, às 13h, acontece uma reunião na entrada da Faculdade de Educação com orações.

DEUS - Os Bahá'ís seguem o princípio da livre pesquisa da verdade. É uma religião nova, surgida em 1863, professada pelo iraniano Bahá'u'lláh. São contra o proselitismo religioso e acreditam na unidade das religiões e no processo de desenvolvimento gradual da humanidade. Por isso acreditam que, além de Bahá'u'lláh, Krishna, Abraão, Buda, Jesus, Maomé também foram mensageiros de Deus. Em vez de rituais, realizam reuniões ecumênicas e atividades educativas. Não existe um clero e por isso, em vez de pastores, padres ou sacerdotes, cada um professa sua fé. “Você é responsável por sua vida espiritual”, diz Lia.

Acesse a notícia no portal da UnB.

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